Passam-se assim três anos durante os quais o rei desposou e sacrificou inúmeras moças, trazidas à sua presença pelo vizir do reino. Certo dia, quando já quase não havia moças no reino, uma das filhas do vizir, Xerazad, pediu ser entregue como noiva ao rei, pois sabia um estratagema para escapar ao triste fim que alcançou as moças anteriores. O vizir apenas aceita depois de muita insistência da filha, levando-a finalmente ao rei. Antes de ir, Xerazad diz à irmã, Duniazad, que lhe peça que conte uma história quando for chamada ao palácio do rei.
Xerazad, ao chegar em presença do rei, pede-lhe que permita a vinda de sua irmã, para despedir-se. O rei o permite, e Duniazad vem ao palácio e instala-se na câmara nupcial. Após o rei possuir Xerazad, Duniazade pede à irmã que conte uma história para passar o tempo. Após pedir a permissão do rei, Xerazad começa a contar uma émocionante história, mas ao amanhecer, ela interrompe o relato, dizendo que continuará a narrativa na manhã seguinte. O rei, curioso com o conto de Xerazad, não ordena sua execução para poder saber o final da história na noite seguinte. Assim, repetindo essa estratégia, Xerazad consegue sobreviver noite após noite, contando histórias sobre os mais variados temas. Ao fim de inúmeras noites e contos, Xerazad já havia tido três filhos do rei, e lhe suplica que a poupe, por amor às crianças. O rei, que há muito havia-se arrependido dos seus atos passados e convencido-se da dignidade de Xerazad, perdoa-lhe a vida e faz dela sua rainha definitiva.
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